terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Puro êxtase

Tenho me sentido assim no últimos dias... como se o 'mais' tivesse tomado o lugar do 'menos' sem pedir licença... saiu invadindo espaços pouco antes vazios, sem nem bater na porta. Tenho me visto leve e mergulhada em pensamentos bonitos, de paz. Talvez (com certeza) essa sensação passará e por isso, fico querendo agarrá-la a todo custo, prevendo um futuro incerto, unido ao medo de perder um bem-vindo-tão-querido. É, tenho me pego como há tempos acontecia... sonhando acordada, premeditando palavras, filtrando emoções. Estou mais ou menos como me desejaram um dia, estou novinha de novo e em folha, dentro de um beco sem saída sem querer volta. Êxtase de vida, de pernas pro ar, de dois pés, de duas bocas, de corações e pele. Procuro direção, mas não vejo caminho a não ser uma entrega repentina e feliz, mágica e única. Sem problemas, mas uma enorme solução estampada na minha cara, cheia de sentido e coerência, recusando-me a aceitar pausas e caronas para a 'velocidade máxima permitida'. As palavras tem expelido de mim mais facilmente como faço agora e nego uma revisão, uma correção, uma não-aceitação do que não posso dizer 'não', simplesmente... E como diria o Caio: "Estou contente outra vez!"

Dois poetas assim juntos, é demais pra mim!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sem mais

Escrever, eis meu hábito e necessidade constante. Minhas letras, expressões e emoções traduzidas em teclado, mente e momento me trazem a um lugar sinuoso, repleto de pensamentos vastos e pequenos. São nesses momentos que eu me transporto pra dentro de mim mesma, vasculhando o que há de mais extremista internamente- percebo que os extremos tomam conta de mim, me compõem em corpo, cabelo e cara e vejo o quão são súbitos e sábios. Mas gosto mesmo é dessa força revitalizadora que habita aqui, sempre me impulsionando pra degraus mais altos, além de ver o meu papel de mulher sendo construído e recheado a cada dia que se conclui. É como houvesse uma soma de menina+adolescente+mulher por partes em um mesmo ser por inteiro, eu. Sim, tenho muito tempo ainda pra aprender, cair, levantar, fraquejar e fortalecer nas minhas penumbras e claridades constantes. Nesse mesmo instante, penso que a vida nos carrega até  onde queremos, sem mais nem menos, e me coloco hoje no lugar onde lutei pra chegar - eterna luta-glória. Uma glória alcançada com arranhões, motivo da desistência de muitos no caminho, que preferem o comodismo de ser infeliz somado a preguiça de sair correndo pra um lugar no sol. Esse lugar tão desejado e pouco alcançado não é permanente, diga-se de passagem, pois a luta não termina no topo, mas continua nos trancos e barrancos que a vida cotidianamente nos dá. Quem sabe seja essa montanha-russa da vida que causa náuseas àqueles que insistem num ponto-final-feliz, e não vírgulas, reticências... Enfeitar dia após dia é uma tarefa árdua e nem todos tem coragem de se comprometer. Eu me comprometi.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

- 2010 -

2010 pra mim, foi mais ou menos como eu esperava há exatamente um ano. Claro, que todo o planejado não foi concretizado, afinal nada nunca sai 'perfeitinho'. Faltando alguns poucos dias para acabar esse ano - que passou tão rápido - estou aqui para dizer o quanto que ele significou pra mim. Muitas coisas importantes me aconteceram, começando pela vitória de ter passado nas duas universidades públicas, e principalmente por ter iniciado minha vidinha de universitária tão cedo. Com 17 anos, aprendi milhões de coisas, e em dezesseis de outubro pude completar 18 primaveras alegremente. 2010 foi pra mim um ano de descobertas fantásticas, solidificação de opiniões, mudanças internas. Conheci pessoas maravilhosas, frequentei lugares ditos 'tenebrosos', espacei meu repertório musical (descobri que a música é parte do meu corpo), abri sorrisos só quando tive vontade, quebrei a cabeça sem motivo, não agradei a todos e nem quis. Tive momentos inesquecíveis com pessoas ímpares, chorei menos, amadureci mais. Estudei muito e pouco também, aperfeiçoei minha paixão por livros e por escrever - fiz da Literatura mais um pedaço de mim - saí de um mundinho fechado para o 'marzão' da vida. Substituí horas de festa, por horas de estar comigo - valeu a pena a troca! Me decepcionei, perdoei, fui perdoada, me desliguei de uns, me liguei em outros. Me apaixonei, desapaixonei, tive até um amorzinho platônico, e agora estou saboreando algo mais real, que me desejaram um dia. Tive surpresas, desacreditei, ocupei e desocupei lugares... distribuí os merececimentos aos respectivos donos. Ajudei a quem precisava, mas também precisei de colo, fui ouvinte e falei um bocado, me tornei indispensável para alguém e vice-versa. Sonhei, fui até as nuvens, caí no chão, acordei assustada e depois pensei: "que besteira!". Coloquei um piercing, andei por fora e dentro da moda, continuei a não gostar de comprar o que todos estão comprando, condenei a massificação das pessoas, pela solidão cada vez mais presente nas mesmas. Viajei sozinha, com os amigos, fui testemunha de lugares banhados pela natureza e mergulhados na história e cultura de um povo e comparei a minha pequenez diante da imensidão do mundo. Valorizei mais os momentos com a família, abracei com mais força os poucos amigos que tenho, tive medo de perder os que amo. Fortaleci minha felicidade, busquei paz interior, me perdi, me achei, encontrei quem não ousava encontrar... Agora, já estou aqui cheia de novos planos para o 2011 que se aproxima. O cheirinho de coisa fresca já me passa por perto e o meu desejo se faz numa continuação repleta de novos sabores. Feliz Ano Novo a mim e a todos...

sábado, 11 de dezembro de 2010

À minha frente

Talvez a necessidade assídua de se agarrar ao que chamo de 'fantasia' alimente minha alma, meu corpo. Acredito que sempre há de existir algo além do céu, que me faça viver, que me impulsione na estrada. Ouvi o poeta Fagner dizer: "Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento (...)": um ponto estapafúrdio, um louco a atirar-se do abismo. A tarefa de estar viva, carrega-me nas costas sonhos e alicerces, mesmo sendo alguns perdidos nas entrelinhas. Penso que quando não há algo para se contentar, se contemplar... não há vida e jamais quero morrer, vivendo! Vou fantasiar sem escapar pela tangente e adorarei de mãos juntas e vela, cada pedaço de tempo que me é dado. Tenho o futuro como presente, o embrulho como passado e estou a desatar o laço dessa caixinha de surpresa, enfeitada por fita colorida.
Eis o meu desafio... me entregar ao que me contenta, mesmo que essa 'entrega' seja provisória.

sábado, 27 de novembro de 2010

Com amor, com concreto

Fico aqui tentando retirar a água que está lá no fundo do meu poço. Não consigo. Talvez seja a barreira de sentimentos que me cobre agora, um lado do muro que não está para o sol, mas para a sombra, cheia abrigo sem mormaço. Meus sentimentos estão alojados em cada tijolo, não são poucos.... e tem uns que ainda estou tentando colocar cimento em cima. Mas não há jeito, buracos não se tapam assim, moça. Estão martelando em mim, exigindo um novo reboque. Procuro pregos, martelo, e principalmente paredes, mas não acho a coragem. Ah, ainda falta a vontade... desejo a gente não controla, não é mestre de obra. Tem gente que exige que tenhamos sentimentos, e não sabem que a reciprocidade é o concreto mais caro, mais raro. Cuidado, construções desabam, me disseram! A minha desabou um dia, e o despertar da reconstrução ainda não me acordou. Estou adormecida por entre as poeiras deixadas da queda dos meu andares. Estou com medo de tudo cair por terra... a cerca elétrica do meu muro está ativada e meu coração está mais duro que uma pedra. Não está havendo doação.

sábado, 20 de novembro de 2010

Ponta de iceberg

Lembrei de algumas datas passadas e pude ver o tanto de criança que ainda ficou em mim. Não reclamo, apenas sorrio. É engraçado ver o quanto as coisas amadurecem de um lado, e do outro lado permanecem verdes, imaturas... onde tudo floresce em passo de formiga. Como se houvesse sempre um casulo, um lagarto e uma borboleta a se formar, sempre e sempre. Nós. Eu gosto de ver esse ciclo em que a vida nos põe para sermos girados até pararmos no mesmo ponto, só que com mais bagagem a cada ida e volta. Retomo dizendo que águas novas rolaram no meu moinho e uma vez por outra me vejo como a garotinha de alguns anos atrás, intacta de algumas situações, engatinhando ainda. Faz parte... sou aprendiz! Só assim me aceitei como uma pontinha de iceberg - mostrando só minha metade e derretendo aos poucos. A outra metade é mistério, é surpresa. É tão escondida nos meus labirintos e rodopios, que até eu mesma me perco nas entrelinhas de ser eu.

 


“Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outros amores. E outras pessoas. E outras coisas.”  (Caio Fernando)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

São por essas...


Raimundo Fagner (cearense)
Zé Ramalho (paraibano)
Alceu Valença (pernambucano)
Luiz Gonzaga - Rei do Baião (paraibano)
Flávio José (paraibano)

E outras que...
... eu AMO o meu Nordeste!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Bela e súbita

Aqui estou de novo, olhando pro meu espelho interno, infinitamente impenetrável. Grandioso, é assim que é lá dentro... lá dentro de mim! Gosto de tentar passar essa coisa incomunicável - adoro os 'in'. Hoje acordei parecendo que tinha alargado os espaços no meu interior. Vesti uma boa roupa, arrumei o cabelo. Me senti cem vezes mais bonita, me vesti bem por fora e por dentro. Curto sentir isso... sensação que a-d-o-r-a-r-i-a ser eterna. Mas é bela, rápida. Talvez eu tenha me amado um pouco mais que ontem, e me excluí da vida de "esmolinha", coisa pouca. Bom pra mim, hein? Por sinal, ótimo. Bom começo pra quem não enxerga o fim, mas apenas o recomeço de tudo que vê pela frente.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Revolta

Um post infeliz da usuária @mayarapetruso quando comentava sobre a vitória da presidenta eleita, Dilma Rousseff, sobre o ex-governador José Serra, desencadeou uma onda de protestos que prossegue no microblog Twitter. A jovem, que éestudante de direito, postou na noite de ontem, 31: "Nordestisto não é gente, faça um favor a Sp, mate um nordestino afogado!".



Por Andrea Grace
Não sou uma pessoa que costuma envolver-se em polêmicas ou declarar seus posicionamentos de forma ferrenha, pois acredito na palavra "Democracia" em toda a sua extensão e profundidade. Entretanto, diante de alguns - para não dizer centenas - de comentários que li via twitter, decidi escrever essa carta.
No último dia 31/10, dia em que o Brasil votou e elegeu a sua primeira presidente mulher - um avanço para o nosso país- os nordestinos foram extremamente desrespeitados e discriminados por terem sido os protagonistas do resultado eleitoral nacional. Comentários como "pessoas sem esclarecimento", "sem acesso a informação", "alienadas" foram difundidas, em pleno século XXI, apregoando uma ideia ridícula de segregação do norte e nordeste, em relação ao resto do país.
Para surpresa de alguns desinformados que twitaram tais absurdos, nós nordestinos conseguimos ler, fato que alguns julgaram impossível, pois acreditavam que no nordeste "ninguém sabia nem o que era twitter". Engraçado é que muitos nordestinos acessam o twitter, o orkut, o facebook e os seus blogs, a partir de notebooks, netbooks, Iphones e Smartphones que, pasmem, nós sabemos o que é cada ferramenta dessa e trabalhamos a ponto de ter acesso a comprá-los, inclusive através dos websites do sudeste. É... os correios também atendem à região nordeste...
Além disso, escrevo de uma cidade do interior paraibano (Campina Grande) situada entre as nove cidades tecnológicas do mundo, segundo a revista NewsWeek (vide:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=7202)., exportando tecnologia da informação para países, como Espanha, EUA e China.Ademais, somos a primeira cidade do Brasil a dominar a tecnologia do plantio de algodão colorido ecologicamente correto. Vivemos num estado, assim como todos, com uma indiscutível má distribuição de renda, fato que não impede que campus de universidades particulares e públicas ofereçam oportunidades de acesso ao ensino superior a todas as classes sociais.
Dentro dessa desigualdade social, ferida aberta em todos os grandes centros urbanos, vemos shoppings (é... nós temos shoppings no nordeste) oferecendo produtos que apenas uma parte da população pode ter acesso, contrastando com casas paupérrimas . Vemos as simples bicicletas, meio de transporte ultimamente eleito como o melhor para o meio ambiente, disputarem espaço com grandes carros de empresas estrangeiras, a exemplo da Hyndai, Honda, Kya, bem como com carros mais populares, produzidos pela Fiat, Chevrolet, e Volkswagen. É... aqui já faz algum tempo que a carroça deixou de ser o principal meio de transporte.
O que mais me assusta é que, diante de pessoas que se declaram tão superiores e esclarecidas, nós nordestinos demonstramos mais poder de decisão e escolha, pois não nos guiamos pelas opiniões alienantes e oligárquicas difundidas pelos principais meios de comunicação nacional. Fato que também deve estarrecer os mais desinformados, pois nós aqui temos televisão, inclusive de plasma, LCD e de LED, e recebemos os sinais das principais redes de televisões do Brasil, sem falar que nos mantemos informados também através de tvs à cabo - mais de uma empresa? - pois é... isso pode ser um tanto quanto impactante para alguns habitantes da parte inferior do nosso mapa brasileiro.
O que observamos é que o Brasil, nesses últimos quatro anos, assistiu a uma expansão do ensino superior, a uma diminuição da miserabilidade do país, a uma estabilidade econômica e a uma descentralização da distribuição de recursos federais, e isso foi determinante, acredito eu, para a escolha verificada com tanta revolta por alguns. A demagogia, o autoritarismo, os sorrisos forçados, a imagem da oligarquia não satisfaz mais a um povo que já sofreu muito com a falta de um olhar de credibilidade para a nossa região.
E para aqueles que não acompanharam muito de perto os resultados eleitorais por região, os estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, localizados na região Sudeste, também elegeram a candidata petista.
Apesar da grande votação da candidata petista na região nordeste, essa decisão não foi tão unâmime como todos pensam, pois em Campina Grande, repito, na Paraíba, o candidato José Serra teve mais de 60% dos votos. O que prova que democracia é uma palavra que, além de exigir respeito, é imprevisível.
Por tudo isso, venho com todo o meu sentimento de pesar, pelos comentários lidos, não defender um candidato ou outro, mas defender o povo nordestino que possui o direito de votar, bem como todas as demais regiões possui, e esclarecer, àqueles que acreditam em sua superioridade de reflexão e tomada de decisões, que os nordestinos não são a escória do Brasil, mas que contribuímos economicamente com o nosso país e merecemos receber em troca investimento e respeito.
Aconselho também, a tais pessoas e às que pensam como elas, a conhecer o Brasil como um todo, antes de denegrir as pessoas, baseados em informações frágeis e opiniões preconceituosas. Quem não conhece o nordeste, não acredite em tudo que é veiculado pela televisão: venha aqui e se encante.
Andrea Grace
(Nordestina, paraibana e mestranda em letras
pela Universidade Federal de Campina Grande)


João Pessoa/ Paraíba










A coisa mais fina do mundo

Não que eu esteja ferida... magoada ainda, mas tem coisa aqui dentro que incomoda demais. Talvez esse  vestido velho que vesti foi desnecessário, ou o que revirei, levantou poeira. Esqueci de me despir dessas fantasias e de me desligar dos fantasmas pretéritos. Mas o que posso fazer além de querer e desejar? Essa vontade incontrolável me perturba e depois que a música para de tocar, lá vai eu querendo dançar numa pista escorregadia. A vida vem e me pergunta: - Mas cair de novo? E você não aprendeu a lição, sua moça? Eu respondo: - Mas que droga! Sou apenas um animal sentimental... ah! Deixa eu ser? Só um pouquinho...

Esse reviver típico de um serzinho chamado "humano" com um slogan "a carne é fraca!".


Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.

(Adélia Prado)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pra você

Não há de existir um topo, uma perfeição no nosso amadurecimento. Tive provas. As circunstâncias embalam juntos com as pessoas e a mudança floresce a cada renascer. Porque nunca conseguiremos explicar o que é a vida e a razão de estarmos passando por algum caminho turvo. Não me venha dizendo que amadureceu... use o gerúndio: estou amadurec(endo). Use de experiências, de aprendizados, dos frutos que caíram da enorme árvore chamada vida. Faça bom proveito deles... lave-os quando for necessário. Festeje as pedrinhas no caminho! Ficar parados diante desse marzão de água misteriosa é que não pode... beba vinhos, sinta outros sabores, valorize os mais diversos gostos. Abomine os cabeça-chata, os pseudo-intelectuais que pensam ter explicação pra tudo... eles não tem. Números só se for das bocas beijadas, de pessoas amadas. Não se cubra de tanta modinha, nem despreze o que você dita por demodê. Fora de moda é você! Quer que todos acreditem no que você acredita e sai por aí gritando e exigindo um mundo a seu molde. Vive numa redoma que é confortável pra você. Ei, mas pra mim não é, certo? Você não entende. É um intolerante. Mude, meu caro... os sepultamentos diários te mostram que você é um grãozinho de areia, uma gotinha querendo ser o oceano. Pra que tanta regra? Não vai dar tempo obedecer a todas mesmo! Ouça o que gosta, esqueça os que dizem: "Isso é muito brega." Mas, te faz bem. E aí? Escute... a música move almas e tempos! Não reclame tanto dos políticos... você também é corrupto quando fura a fila de um banco, ou quando não se faz honesto nas palavras! Aja com amor e deixe boas marcas por onde colocar seus pés.
Apareça, não ligue tanto pras etiquetas. Deixa isso pra a cara gorda do seu chefe.
Seja feliz sem esperar muito...
Não confunda conforto com felicidade e exterior com interior.
Procure sua paz. Ela vale mais do que qualquer ourinho achado.
Vamos encurtar distâncias e ouvir mais o coração.


Foto: Pipa - RN
Fui dar asas a minha mente,
já volto.

ps: eu dizendo pra mim!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Pretérito perfeito


Não sei porque esses últimos dias foram sorteados para que eu parasse pra (re)fletir perto de um baúzinho chamado passado. Falei mais nele, mexi com as mãos, achei cartas, pinjentes e até um papel de presente. Isso me fez bem e um sorriso se fez no meu rosto cansado de esperar um futuro imprevisível. Por quê? Pergunta que não há resposta, nem êxito desejado. Algumas datas atrás olho como eu estava. Num cantinho ingênuo. Amadureci e me deram uma data pra temporada comemorativa das 18 primaveras. Muitas estações unidas a histórias felizes. Um alguém, que adormece e reaparece quando eu menos espero ou preciso. Por quê? (de novo) Não quer calar! Uma vontadezinha tá sacudindo aqui dentro, me empurrando pra um mar, lua e estrelas. Penso melhor... talvez não... Mas e o futuro imprevisível? Será esse que vivo agora? Bem, o futuro é agora... então deve ser. Me disseram: Aproveite! Meu coração saltitante pensa na grandeza de um momento levado pela brisa marítima e recheado de incertezas cruéis. Não tá saindo da minha cabeça. Um movimento involuntário me impulsiona a realizar essa coisa... será possível? Um passado mexendo mais uma vez comigo!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

...


Suplico uma coisa a mais, que está lá dentro do meu cérebro, lá trás. Algo intranferível, só meu... bem pessoal, bem clichê. Algo que me tira o sono e me faz expelir entre os dedos o que tenho de melhor. São coisas que consigo sentir com a palma da mão. Toco, vejo, confirmo. Uma viagem pra dentro de mim me entorpece de tal forma que o sono chega e dentro de poucos instantes, encontro-me num sonho que nem Freud explica. E a vida assim se segue, noites em claro, dias nublados... E me pego olhando pra chuva com tamanha inveja. Adoraria ser um córrego, onde tudo passasse rapidamente em alguns minutinhos e não dentro de 1 mês, ou um ano, sei lá. Um calendário que criaram para nos desnortear e pensar na transitoriedade do tempo, das coisas, das pessoas. Uma inferioridade de ser um humano frágil em eterna mutação, sendo o tempo todo desmentido das ideias e valores tortos de misericórdia. São contradições que a vida nos apresenta a toda hora... nesse espaço de tempo que nos larga no meio da multidão e diz: Agora se vira!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Night

Ana parou, sentou, pediu mais uma tequila. Dançou, olhou à sua volta... um conjunto de corpos cintilantes, e um espelho a sua esquerda. Ela se olha e toma um susto. Seu semblante era triste, pesado de suas escuridões que nem a luz da boate conseguia iluminar. 
- Mais uma dose, por favor!
Beijou algumas bocas desconhecidas, sexos indefinidos, alucinógenos na cabeça, ideologia alguma. Ana sentia-se leve e suava com a batida da música que abalava seus pontos de equilíbrio.   
Saiu de casa, esqueceu o batom junto com sua timidez lá, guardados no armário. Soltou as amarras, extravazou. Hora de ir embora, algumas horas passadas, corpo cansado, mente carregada, peito vazio.
Porta à fora, um momento nicotinal. Olhar pro seu all star preto virou distração, e foi o que a levou até sua casa.
Deitou-se, sentiu um tremer das mãos, adormeceu em fração de segundos. A manhã se aproximou e o vazio continuou a ponto que nem o café da manhã conseguiu preencher. 
Talvez, ela tivesse pensado que pedaços de mundo insanes fariam o que ela não tinha força pra fazer sozinha. Preencher-se, eis a tarefa difícil. Tarefa de todo o dia, não de uma noite. Ela é individual. Ana ainda não tomou consciência...



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Há algum tempo atrás

Depoimento de hoje: Solidão? Não, essa não seria a palavra certa, pois solidão é sinônimo de tristeza e o que eu estou sentindo é extrema felicidade interior. Não é aquela felicidade que se busca nos outros, mas sim dentro de si. Um tempo que reservei só pra mim, um tempo bom, de paz. Fez-me conhecer um pouco mais sobre mim e sobre meu valor como pessoa. E acho que todos deveriam dar-se esse tempo em vez de viver na incessante busca da não-solidão ou até mesmo de alguém que só vai te ajudar a abrir mais as feridas do coração. Por que ter medo da própria companhia? Ah se todo mundo soubesse o quanto ela ajuda, pelo menos por um tempo... :)


Publicada em 17/06/09 às 00:20 (fotolog)



quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Foi-se

As coisas já foram melhores, mais tranquilas. A chuva batia na janela e eu saía pra experimentar um pouco dela, eu tinha tato, contato. Eu não tinha medo de constatar a água fria que escorria sobre meu rosto. Hoje ela me causa medo, angústia. Um tempo nublado, recheado de nuvens acinzentas não me trás uma boa coisa. Foi-se um tempo bom, sem preocupações, brisa leve, dias intensos, ensolarados ou chuvosos - pra mim tanto fazia. Hoje me encontro em outro mundo, o qual construí com as próprias mãos, fiz outra casa e recriei minha morada nele. Vivo bem, mas aquela singularidade e pureza de antes, foram cobertas por uma poeira gigantesca. As pessoas e o mundo exigem que sejamos assim. Serzinhos manipulados, sozinhos entitulados. Basta ter algo para ser algo. E assim levamos a vida, empurrando com a barriga... a gente agora tem receio do diferente, abomina sentimentos, desacredita em tudo que vê. Um descontentamento e uma sede eterna do que se pode ter, não se pode ser. A fantasia tem mais prioridade do que o óbvio, o que temos na mão. Virou modinha um textinho de escritor famoso, a tal música de hit acelerado e o jeito de se vestir - tem que ser moderno. Estamos nos vestindo por fora e nos despindo por dentro... afogando a essência, exaltando a aparência. Meu mundo é outro, meu 'eu' grita por outra coisa mais densa, menos superficial que isso aí que vemos a toda a hora. Essa marcha única não me encanta. Preciso de mais, do céu, da extensão interna e complexa, a qual vivo todos os dias. Essa luta não para, sinto-me fraca e pouca diante de tanto bombardeio. E mais uma vez, dou um passaporte ao cotidiano.



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Cotidiano


Me imagino em tantos lugares... lugares desconhecidos, inexplorados, que só eu e você podemos entrar com permissão do maior, o amor. Fico a pensar nesse deus abstrato, que me passa pra trás na enorme fila da sua procura. São imagens, figuras na incessante reta, e um alicerce chamado perfeição. Uma perfeição tão rápida que é perdida aos olhos. Perfeição que não existe. Um sonho programado, que jamais sairá da forma que se planeja. Algo que se sabe não existir, mas que não deixa de ser inventado. É uma vontade estar na tua, na lua, na rua. Sair de mãos dadas, me apoiar num ombro seguro, fazer de ti um encosto, o qual eu possa dormir com a certeza do amanhã, que não existe. Incerteza certa. É um elo puxado do altar para o tapete, quando se trata de pessoas, errantes, volantes incontroláveis. É uma procissão que não acaba. Enormemente me toma, e mais uma vez me ligo com o concreto, com o real. Voltei pra casa, tomei o café, dei um passaporte ao cotidiano.

Desconecte-se

Não se sente mais, não se toca, não se pega. As relações limitaram-se a uma tela de computador, e os laços agora são virtuais. Era da instantaneidade, tão mais fácil e eficiente, distanciando cada vez mais o ser humano solitário em meio a um milhão de fios conectados. Estamos desconectados... onde foram parar as visitas e as cartas escritas à mão? Em que buraco se escondeu o amor? E assim, as relações continuam na sede insaciável, nos copos descartáveis, no lixo. As pessoas se encantam com uma mesnagem online e acreditam que ter amigos num site de relacionamento vale mais do que ter amigos na vida real. É isso... o que vale mais? Esses fios estão cada vez mais nos distanciando dos sentidos, e aquilo que é mostrado virtualmente, mascaradamete, supera os contatos físicos e impõe barreiras anteriores à uma primeira vista, à um primeiro toque... Queremos beijo, abraço, companhia, mensagens ditas ao pé do ouvido, sinceridade no olhar, sorriso no coração. Chega de tanta babaquice, tanta idiotice... vamos nos encontrar mais, usar mais a caneta, usar mais o coração, vamos usar da nossa carne, do sangue! Procuremos corpos, intensidade, tato! Saiamos um pouco da cadeira de um computador e procuremos pessoas, e não suas imagens...

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cores e vida

Abomino o cinza
Examino o vermelho
Laranja, só se for metade
Colorido só no espelho
Gosto, corto, foto, foco
Momentos, dias, alegrias
São paixões, rosas e azuis
Luz, fosco, luz
Paz, o branco calmo, nuvem
Verde, cheiro, toque que
Não vem...
Brilho, busca, bosque
Vida, instantes, flores
Fuga, amarelo, sol
Marrom nas torres
E preto só aos bolores
São dores, amores...
São cores!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Ela e ele

Eu não sei quando ao certo, inventaram essa história de quem homem pode fazer isso, e mulher não. Que base é essa? Puro preconceito! Não entendo mesmo o fato de uma mulher tomar iniciativa ou deitar com um cara possa ser motivo de julgamento e insinuações. O órgão genital não define caráter e a essência está a uns mil pontos a frente da definição deturpada de dois seres, que são complementares. Homem e mulher! Como sempre, fomos induzidos a pensar sempre na inferioridade dela, e no instindo caçador do homem. Bem, por ser mulher, penso... e como fica o nosso instinto? Temos que esperar mesmo a boa vontade de um 'macho' chegar para nos caçar em meio a uma floresta de dúvidas? Quem disse isso? É... só nos resta esperar que essas beldades nos alcancem, nos avaliem e nos classifique como a 'mulher certa' para namorar. Aquela outra que te olhou e sorriu, fica lá por ser 'fácil'. Ah, então quer dizer que ser difícil implica em um cú doce que muitas vezes dá no mesmo (em nada)? Achas que se as mulheres agirem como os homens, ficarão mal vistas pela sociedade? Tudo bem... então vamos dizer não a banalização de homens com as mulheres também? Já que ela não pode 'curtir só por uma noite' sem sair falada... vamos aproveitar essa situation e encaixar na ala masculina? Assim, fico satisfeita...
É incrível como até uma genitália determina o que se deve fazer ou não... e as relações continuam descartáveis.

@silkgomes
fotolog!

Beijos com gosto de revolta.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Patience

Andando num caminho cheio de curvas, permaneço na corda bamba por algumas horas, tendendo sempre a cair mais pra um lado do que pra outro. E cadê o equilíbrio? Hum, longe de mim. Que louco. É ruim, chato, machuca, dói, dois. É solidão. É uma falta do que parece ser o último biscoito do pacote. Mas tem tantos outros milhões por aí, que a gente bate todo dia dentro do ônibus lotado, no meio da rua... mas ele parece ser o último no mundo. A emoção toma conta e por alguns segundos ela anda à frente da razão, que grita pedindo socorro. Razão essa que me fere, mas que é a mais aceitável, a mais condizente com o momento de pluraridade de sentimentos. É um querer não completo, faltando um pedaço enorme, um buraco na estrada. Meu coração de pedra, ainda dói quando alguém bate. Amolecer? Jamais... É ruim, mas é só momento. Amanhã é 24 e tudo me leva a tão ultrapassada paciência!

Bye.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Quero sempre mais

Quero mesmo. Não nego! Não tenho vergonha de dizer que sou gulosa... tenho fome de vida! Nada de pedaços mal mastigados, e sim bem saboreados, como uma criança que se agarra ao seu pirulito. Quero sempre mais. Não minto. Chega de gelos, invernos prolongados e eu na janela esperando um casaco e uma esmola de amor. Não quero mais isso... quero mais, além do óbvio, além do cru, além da obrigação. Quero sair da rotina, telefonemas inesperados, intensidades nos beijos e abraços. Quero adoçar, o que na minha frente, vejo amargo. O azedo quero longe de mim! Sai pra lá essa gente seca, que nos cerca. Não quero rótulos, medos, e fanstasmas que não existem. A história inventada é a mais deliciosa. Quero também fugir das regras chatas e no sense, mesmo que seja só eu, lá no canto. Chega de tanta máscara, quero sinceridade estampada num sorriso, num 'eu te amo' explícito. Quero mel, mas não quero grude. Aprecio a liberdade, e gosto do banho de chuva. Sei andar com as duas pernas, me considero autossuficiente, mesmo não sendo a mais experiente. Creio que 17 primaveras não é pouca coisa, porém, sabe-se lá quantas estão por vir. Se eu não quisesse mais, ficaria nadando contra minha maré. Por fim, quero mergulhar na vida, com roupa e tudo. Tomar banho de sol, me enxugar e mergulhar de novo.
Quero minha vida assim: docinha e profunda.

domingo, 8 de agosto de 2010

Espere-o

A gente fica ali, esperando o 'inesperado' na fila do banco, na esquina, no dia mais improvável, na vida caótica. Aguardamos, e isso é o fim do mundo em fração de segundos. Essa saída inquieta, perturba e com algumas horas passadas, estamos mais uma vez, em casa, deitados ao lado da solidão. Ela te deixou na porta e te deu um 'boa noite' como o da noite anterior. De manhã, levantamos e desejamos um café duplo com comida levada a boca. Reclamamos e murmuramos sem ninguém ouvir. Temos o costume feio de querer o que não existe, o que não se pode ter, e fantasiamos, idealizamos constantemente. Um amor lindo e perfeito que venha de cavalo branco, leva-se um tempo para acreditar que a vida não irá te trazer, concorda? Cair do céu muito menos! Então resta... buscá-lo?! Resposta: não. O amor chega quando você realmente não espera (repito) e pode estar ao seu lado, e você nem perceber. Ele tem manias chatas e feias como você, é gente. É imprevisível (não falo da pessoa, mas do sentimento) e irá te surpreender numa madrugada fria, com o toque do celular para ouvir tua voz. Pode até estar na sua lista de contatos. Não saberemos nunca. Quando encontrá-lo, agarre-o contra o vento e aqueça o que há algumas datas atrás, estava frio. Não espere uma declaração em um outdoor cor vermelha, como a do namorado de sua vizinha, ou um buquê enorme na sala de escritório. Ele pode não ter arranjos assim, mas será o seu amor. Cuide-o portanto e dê agora você, um 'adeus' da noite que passou, sem passar... alone!

Blog em manutenção!


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Deixo-me errar, estou aqui para isso.
Olho o acerto a uns dois passos à minha frente.

Tu fun: Infinity - Guru ♪

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Um novo dia nasceu!

Que faça chuva ou que faça sol. O dia que se iniciará às 00:00, recomeça repetidamente. Tenho uma inveja desses ponteiros que passam, e que muitas vezes olhamo-os sem passar. E o dia já dia nasceu mais uma vez! Como eu gostaria de ser assim... poder me dar uma chance de nascer de novo todo santo dia."É bom e é tão diferente", já dizia Nando Reis. Entre sois e gotas, o orvalho e o friozinho do início da manhã, nos arrepiará com sua extensão natural e bela. Faço uma seguida comparação entre ser humano e a natureza, e o desejo de acompanhá-la se torna incompatível com nossos atos, pequenos, medíocres. Nossa idiotice muitas vezes nos impede de enxergar a vida, que recomeça um novo ciclo a cada dia! Nos trancamos, nos distorcemos e seguimos os dias na monotonia que tranformamos o nosso desafio de existir, de estar aqui. É puro fato! Fechamos os olhos da alma e simplesmente abrimos a boca para reclamar do que temos, desejando o que não temos. Somos tão egoístas ao ponto de achar que nosso problema é o pior, que nossa vida é a pior, que nossa família é a pior. E só assim nos escondemos por detrás das cortinas, brechando com medo, o que acontece lá fora, na plateia. É um medo de experimentar o milagre e espetáculo que a vida é, nos trazendo todos os dias, um papel em branco com cheiro de novinho em folha, pedindo um novo começo. E por não preencher essas linhas, continuamos mergulhados numa "sede insaciável", olhando sempre o patamar mais distante que o céu do dia que nascerá de novo, num período de 24 horas.



quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Ela

Emoção em carne, coração na boca, sorriso no olhar.
Ela faz e desfaz, desata um nó
E com a alma, refaz
Beija, se entrega, sofre na tentação
Enxerga mais à frente, mexe com coração.
Faz um dia nublado, ou ensolarado
depende dos números, e do calendário
Ser a tal, não é fácil, nem complexo
É estar numa corda bamba,
tomando cuidado pra não cair em anexo
Destaca-se em volúpia
É profunda, e tem
Um mundo desconhecido,
que por dentro inunda.

Bem, essa é a MULHER.


Ps: Homanegeio as mulheres de verdade.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Nostalgia

Tem dias que volto a ser criança. Volto àquele tempo em que tudo era mais bonito, mais claro, mais colorido. Quando o pouco era muito e o 'sem graça' era motivo de uma baita gargalhada. Época em que um presente aparentemente 'pateta' nos arrancava do rosto a alegria de estar ali, na frente dele. Era nesse espaço de vida, que os fragmentos do 'eu' foram sendo construídos e modificados - é só observar a lapidação nos serzinhos que éramos. A sinceridade vinha de bandeja, e a falsidade e vergonha eram adormecidos. Sonhos, fantasias, imaginações, cinderelas e finais felizes... encantamento, felicidade [pequenos aprendizes] e sorrisos mais que sinceros. Sem problemas sérios, só agarrados na barra da saia da mãe, ou nos braços do pai. Tempo bom, que não volta mais. Nunca será esquecido. Para mim, foi um dos melhores de toda minha vida. Parque, bonecas, sorvete com recheio de amor e balas com sabor de felicidade. Experimentar o novo, explorar, perguntar sem cansar! Alguns poucos anos de pura intensidade. Que saudade...

"O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..." (Mário Quintana)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Uma bebida...












... e um amor sem gelo, por favor!

Em caps lock


Pacientemente me recolho com um sorriso meia-lua. Sento, escrevo, leio, tomo um café, vou à aula (bem clichê). Passo os dias assim, passando... Porém não só existo, eu vivo! Vivo passando e passeando pelas ruas da minha vida imensa. Cansei de querer entender o inexplicável. Cansei também de só desejar, agora eu desejo e faço. Fiz com o que eu não fosse "mais uma", e sim um MAIS em caps lock. Mais linda. Mais feliz. Mais tudo! É como se um singular virasse plural. Integrei itens necessários à minha pessoa e o sorriso de lua voltado pra baixo, vira de cabeça pra cima - subitamente. A partir daí, não quis mais ver caras e bocas, mas sorrisos e corações. Abri exceções, tive sede de calor humano, me realizei na íntegra. Em vez de dividir, somei! Olhei o tempo... o mestre sábio. Guardo objetos que quando empoeirados, faço questão de limpar em pleno domingo azul. Relembro o que passou, sorrio calma. Não quis mais segurar alguém na coleira da minha alma amarrada, e busquei soltar todos os passarinhos da gaiola. Ah, pessoas - passarinhos... passarão. E aqui, finalizo observando o quebra-cabeça que não tem fim...

terça-feira, 27 de julho de 2010

Dependência

Peguei-me pensando sobre a forma como nos relacionamos e a dependência que criamos a partir desses relacionamentos. Vejo que é bem complicado se envolver, sem se apegar até porque não podemos guiar ou simplesmente direcionar nossos desejos e sentimentos em relação ao outro (ao contrário, namoraríamos com uma planta). Porém, percebo que no fim, a dependência (exacerbada) construída não se torna uma boa coisa, somada a outros fatores. "E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim." já dizia Caio Fernando. Em um namoro, buscamos jogar tudo quanto é de coisa em cima do outro e quando tudo se esvai, fica aquele vazio (principalmente quando é unilateral). Sinto que a dependência e o medo da solidão nos agarra mais firmemente, do que o sentimento propriamente dito. A convivência gera essa necessidade assídua, que nada é capaz de mudar quando se diz: "Chegou ao fim!". Que dói, dói... é ruim e amargo. Mas, passa! Isso mesmo, passa! Digo pra mim que um relacionamento deve ser visto como uma parte, e não o todo. Sua vida é sua, e não do outro. Que tome conta dela, você! As pessoas são incertas, são caixinhas de surpresas, além de estarem em eterna mutação... E que graça teria alguém que fosse o tempo todo do mesmo jeito? A mudança é mesmo a lei da vida e sem ela não seríamos capazes de experimentar os recomeços, voltas, idas e arremessos que a vida nos apresenta! Nascemos sós, morreremos sós. Nada de papinho que 'é pra sempre' ou 'não sei viver sem ele(a)', o que te resta é aceitar e pronto. Sem escândalos, de preferência. Outros aparecerão na tua vida e isso só implica em paciência. Uma dica vai: relacionamentos devem ser vividos intensamente enquanto durem! E quanto ao sofrimento, ele irá te encontrar em algum momento e nada de querer morrer de amor e se fechar para o mundo. Além do mais, o medo de estar só não quer dizer que você vai conseguir driblá-lo. Chegará sim o momento de você se deparar na solidão, porém, cabe a você enxergar essa solidão como uma peça essencial da construção de sua pessoa. Só com ela, você poderá se conhecer melhor e se amar principalmente! Quem sabe seja isso que esteja te faltando? E de que vale uma vida, sem o amor-prórprio? Ele é nossa base, nossa essência, nosso cru. Esse amor sim, é verdadeiro! Ele nunca vai te abandonar. Cultive-o portanto, continue e lembre-se: "Não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o concerte." (Shakespeare)
Bom mesmo será o dia em que conseguirás olhar pra trás e dizer: "Valeu a pena... Estou feliz de novo!" Ah, e pode ter certeza que esse dia chega... só depende de você.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Ps: Eu te amo

Vejo sempre as pessoas dizerem: 'te amo' não é 'bom dia'. Mas por que não usar 'te amo' constantemente? Algum problema? Ao meu ver, não! Creio que quando se ama mesmo alguém, não há tempo ruim para expressar isso. Melhor do que dizer sempre uma palavra de raiva ou rancor. Um 'te amo' não dói nada de ouvir e pode ser a melhor coisa do mundo, quando o momento não favoreve (mas é óbvio que você não vai sair por aí vulgarizando o verbo 'amar' aos sete ventos). Confesso que gosto mesmo é de pessoas expressivas que dizem sem medo de errar, e não lamentam por um dia não terem dito por orgulho ou vergonha. Claro que isso é questão particular, afinal cada um tem seu jeito próprio de demonstrar sentimentos. Tem aqueles que gritam pra quiser ouvir, já outros nem falam nada. Mas não tem coisa melhor do que amar, ser amado e demostrar esse amor por palavras e atitudes - ressalto que atitudes valem mais, sem dúvidas. É delicioso falar com a língua do coração e ver sinceridade nisso. Um 'eu te amo' à toa não vale... ele tem que ser verdadeiro e intenso. Só assim, o amor que está sendo impedido de se apresentar, poderá ser mais visto, sentido.. ou melhor, ouvido.
Ame e diga, não emudeça!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Feliz é aquele que tem

Sortudos aqueles que possuem amigos. Um bem raro e que não se compra, nem se vende em lugar algum. Não falo de amizades sazonais, que vem e vão, mas de amizades sólidas que vem e ficam. São essas que marcam pra toda uma vida. Sou racional, não idealizo amizades perfeitas, pois elas decididamente não existem (todo mundo erra, e isso não significa 'não ser amigo'). Acredito mesmo no companheirismo e cumplicidade, as bases para um bom relacionamento. Dividir, multiplicar, se acabar na balada, ou em casa. Extravazar, vacilar e contar com ele. É... é pra isso que serve um amigo. Penso à minha volta...Quantos amigos eu tenho? Ou já tive? E os colegas que pensei que fossem amigos? De verdade, são poucos pra mim... posso até contar nos dedos! Mas não tô preocupada com quantidade e nem em qualidade, mas em sinceridade. Isso não é qualidade, mas obrigação de todo aquele que se diz 'amigo'. Acredito em amigos que tomam rumos diferentes na vida, mas nem por isso viram as costas e te tratam com uma peça do passado. Ele te carrega no coração e na mente, por onde quer que vá. Ele tem defeitos insuportáveis, que te causam raiva, mas que nem por isso deixa você sem explicação. Ele também te liga nas horas mais inoportunas, conta uma história e fica por dentro das suas. Ele está você em momentos felizes e te apamparando nos tristes. Na saúde, na doença, no momento e por toda a vida. Gosta de você sem cobrança, apenas gosta. E gosta muito! Pra mim, isso é... amigo.

Perder

Se perdem gestos,
cartas de amor, malas, parentes.
Se perdem vozes,
cidades, países, amigos.
Romances perdidos,
objetos perdidos, histórias se perdem.
Se perde o que fomos e o que queríamos ser.
Se perde o momento.
Mas não existe perda,
existe movimento.

(Poema do Sombra - Filme: O Signo da cidade)
 
Ontem lamentei a perda, e tentei observá-la de um lugar distante, não deu. É muito dolorosa, apesar de ser um processo natural da vida. Ou você perde, ou alguém te perde, ou alguém perde, ou você perderá. É duro aceitar, mas é o movimento.
E só restará lembranças...


Foto: O Pequeno Príncipe
 
 

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Palavriando

Palavras, articuladas, bem formadas (ou não) ferem, alegram, espantam e encatam. Elas tem uma força incrível e está na lista das coisas que não voltam mais! É isso, não voltam mais. Seus sons já me doeram um bastante, chorei só por causa delas. Interessante mesmo, é quando se mistura palavras&atos - combinação que pode dar certo, ou não. As palavras precedem os atos e introduzem uma história, narram fatos, expressam sentimentos, disfarçam, mentem, consolam, imploram, refutam ou convencem! A força de expulsão do que está dentro de nós, se encontra nas palavras. Elas nos armam e desarmam. Podemos nos perder, ou ganhar muito só com elas. Ah, se eu pudesse controlá-las as vezes... Mas quem nunca deu aquela fugida na hora de dizer algo? Sim, mas elas não voltam. Consertá-las muitas vezes se torna impossível, pois o tempo e memória não a excluem, apenas as ocultam. O coração e boca se unem para organizá-las e embrulhá-las num interior escuro, onde ninguem mais possa as encontrar, senão os prórios donos. Elas ferem mesmo, acredite! Por palavrinhas ou palavrões, te causam algo. Além de poderem comprometer por toda uma vida (elas também condenam). Agora, olhando pelo lado bom: ler, recitar, escrever envolvem palavras que te fazem viajar por lugares desconhecidos. Tornam-se surpresas e chaves para um outro mundo... o da imaginação! E assim, se fazem como eu faço.
Ah, mas vale relembrar... elas não voltam mais!

"Uma palavra bem pronunciada pode economizar não só cem palavras, mas também cem pensamentos." (Henri Poincaré)

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cultuando o "inculto"

No meio da agonia da final e enrolada em apostilas e mais apostilas de Língua Portuguesa, parei pra pensar em um dos assuntos abordados pela professora, que se encontrava em uma das apostilas da prova. Digo que esse tema poderia ser mais exaltado, e começo por mim... Bem, me refiro à "norma culta" da língua portuguesa, encontrada na gramática tradiciona-líssima. Posso começar dizendo que esta gramática tão valorizada pela alta sociedade e pelas escolas, está baseada na Literatura Antiga - ultrapassada e meia. Mas quem disse que as regras construídas a partir dessa época são as únicas corretas? Por que a valorização exarcebada de algo que foi conservado em uma "redoma" e que nem as pessoas cultas usam por completo as infinitas regras impostas? Quero entender, simplesmente, com que bases grandes ou "clássicos" da gramática se disseram os "senhores" da verdade absoluta... Por que 'norma culta'? Seria a norma utilizada apenas pelas pessoas cultas, que remete à parte 'limpa' da sociedade? E o antônimo ferido dessa palavra? Inculto? Sim... é assim que é classificado o indivíduo que estiver fora dos padrões estabelecidos... É um absurdo, mas é verdade! Com essa vista unilateral e parcial da língua, a gramática normativa deixa de enxergar as variedades linguísticas e as oralidades distintas para cada comunidade, estreitando a fala e escrita 'certas' para os privilegiados. Mas esse valor imposto pela Igreja, decorrente do latim, fica difícil de ser mudado pois tudo que é dito pelos 'grandões' da sociedade disfarçada, acaba se tornando normal e correto. Só assim, podemos cada vez mais dividir as pessoas através de sua oralidade, juntamente com a comunidade a qual ela está inserida. Só assim, nos satisfazemos e nos vangloriamos como super-letrados, corrigindo as pessoas com argumentos que nem sequer sabemos ser os mais pertinentes. É preciso olhar o evento da fala dentro do contexto social de cada um, e não simplesmente estigmatizar pela unicidade da língua.

Aceite o diferente, diga sim a diversidade linguística brasileira!

"Para entrar na alta sociedade, hoje em dia, é preciso comprazer às pessoas ou saber diverti-las, ou escandalizá-las; basta isso." (Oscar Wilde)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Eu só, um sol

Sabe aquele pensamento distante? É... ele rodeia aqui bem perto de mim. E sem ter muito o que escrever, me perco em páginas da minha vida, tentando codificar minha história de mil e um capítulos. Um total paradoxo de meu ser, me consumindo pouco a pouco. Chega o sono, chega o sol... brilha vida! Amigos distantes, as brincadeiras ingênuas que se foram pra nunca mais... Além da presença insdispensável, porém impossível no momento [daquela pessoa]. Ah se eles soubessem do mundo que eu carrego aqui dentro - mundo grande e infinitamente particular. Busco, busco lá fora, não me acho mais... E lá dentro, a Silvanna constantemente exploradora das respostas da vida, que insiste em mudar as perguntas [semanalmente]. Vivo porém, intensamente feliz! e só assim... eu levo.

Foto: João Pessoa - 2008


quarta-feira, 14 de julho de 2010

Versos meus

Quis poucos versos pra falar de mim,
inteira, metade, à parte
me sinto assim...
Quero apenas um avião que me leve para longe
saltando-me entre o céu e mar
poeira, vento e eu distante
Um dia há de sentirem saudades
de um momento que não volta mais tarde
nem hoje, nem amanhã... só vontade
Quis te dar, amigo e paixão
o mais belo dos cheiros da flor
que agora se parte no chão
Só restou o amor-próprio
Pra consumir toda essa agonia
que só me acalma com uma espera
chamada ilusão.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A história de hoje

Andei pensando sobre a história da humanidade e pausei em uma época triste de nossa história, que foi a época do Nazismo Alemão. Assisti a alguns documentários e a um filme (O Menino do pijama listrado) e fiquei com meu coração partido com tamanha frieza e crueldade humana. Foram cerca de 6 milhões de judeus executados e esse dado não é nada interessante. Custei a entender até que ponto a mente humana pode ser levada e a que teoria se baseia a distinção de raças. Como uma nação pode ser dividida entre duas classes, sendo uma dominante e a outra subjugada?! Trago esse pensamento para os dias de hoje e comparo os fatos. O nazismo - se tratando da maneira - não pode ser visto como igual ao que acontece hoje, mas possui algumas semelhanças discutíveis. Não falo de algo inalcançável, que ocorre em "campos de concentração", mas do nosso dia-a-dia comum! Quantas vezes classificamos pessoas pelo seu modo de falar ou de escrever? Quantas vezes olhamos a pessoa pelo o que ela veste? E as vezes que distinguimos pessoas por sua cor ou classe social? Para mim, não há muita diferença do que aconteceu em 1936... só muda porque estamos avançados (acho que só na tecnologia) em tempos e geração, e a liberdade de expressão foi conquistada (se não, não estaria aqui falando). A sociedade implanta padrões, os quais não podem ser desviados, e faz com que os modelos escolhidos para se seguir, sejam os únicos "ideais". As pessoas não mudam seus próprios "soldados" internos que marcham, fazendo sentido ao que a sociedade impõe! É difícil entender o modo que as pessoas veem os outros e os classifica como "desclassificados"; "baixa categoria". 


É difícil... muito difícil entender!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fé insolúvel

Diante de tanta angústia e em meio a tanta escuridão... uma luz! Uma luzinha amarela, cor do sol, que ilumina o rosto com tamanha claridade, alcançando a face e o coração... mas para sentir, é preciso deixar-se tomar um banho dessa luz, abrindo a porta para que ela entre, e logo após a dizendo... "Seja bem-vinda, fé!" No percurso para chegar ao coração, ela ultrapassa a mente e seus pensamentos negativos, mas sua luz energética é tão forte e penetrável que consegue atropelar toda essa negatividade. Ela se mostra forte e irradiante e chega ao coração, sendo refletida seguidamente na boca, em forma de sorrisos e palavras como: "Sim, eu sei que vai passar!" A fé que não se desmancha, mora em um lugar que só quem a possui, conhece. Um lugar deserto, com poucas pegadas na areia, mas com uma luz tão nutritiva que continua a dar vida mesmo não havendo comida e água. Ela alimenta o doente e mantém viva a vontade de seguir os passos adiante. Mostra tudo por um lado melhor, e não faz perder a sua morada dentro de quem a tem, facilmente. É como se fosse uma semente plantada, que quanto mais água receber, mais forte ficará para se desenvolver e criar raízes. Assim, nem um vento é capaz de arrancá-la. É revitalizadora e necessário tê-la... eu tenho!

Dias sim, dias não

Tem momentos na vida, que não precisa falar muito. Os fatos falam por si sós! Adoro as pessoas, os dias, os sorrisos e decepções que tive... adoro a continuidade da vida! Ser mais, falar menos, ouvir mais e nunca ser menos. Adoro os saltos, a distância, a saudade de um tempo que se foi, das pessoas que se foram... É bom pensar no tempo, na transitoriedade das coisas, do amor platônico que hoje quase não se lembra mais! Aqueles detalhes que marcaram, e que hoje são lembrados com amor. Também é interessante pensar no futuro... de como estará a vida daqui a alguns anos. Mas melhor ainda é olhar pro agora, fazer a diferença e se deixar levar...

"Relaxa baby e flui: barquinho na correnteza, Deus dará." (Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil

Já era! Eliminação e cabou-se! Mas e o nosso Brasil, como fica? Triste, tristinho... é isso aí gente, shit always happens! Quem sabe em 2014?!
Vamos agora partir pra outra torcida, sem ser de futebol... mas a torcida pelo progresso dito na bandeira nacional!
Vamos todos mobilizar esse país que está fatigado de injustiças e mergulhados em desigualdades que nenhuma Copa ganha seria capaz de mudar.
O futebol é sim, MUITO importante, mas não é tudo.
Choremos, mas pensemos.
A vida aqui dentro, continua... e a realidade está aí, jorrando água fria todos os dias na cara do brasileiro.
Já imaginou quantas barbaridades aconteceram e foram simplesmente 'abafadas' pela mídia, a qual estava bitolada unicamente à Copa?
Tsc...
Enfim, é esse meu último suspiro de lamento não só ao Brasil ter perdido, mas à tantas outras coisas perdidas  e que ainda irão se perder nesse país, o qual quer a vida em jogo, enquanto o resto quer é ser feliz!

Quero a Ordem e o Progresso!