sábado, 27 de novembro de 2010

Com amor, com concreto

Fico aqui tentando retirar a água que está lá no fundo do meu poço. Não consigo. Talvez seja a barreira de sentimentos que me cobre agora, um lado do muro que não está para o sol, mas para a sombra, cheia abrigo sem mormaço. Meus sentimentos estão alojados em cada tijolo, não são poucos.... e tem uns que ainda estou tentando colocar cimento em cima. Mas não há jeito, buracos não se tapam assim, moça. Estão martelando em mim, exigindo um novo reboque. Procuro pregos, martelo, e principalmente paredes, mas não acho a coragem. Ah, ainda falta a vontade... desejo a gente não controla, não é mestre de obra. Tem gente que exige que tenhamos sentimentos, e não sabem que a reciprocidade é o concreto mais caro, mais raro. Cuidado, construções desabam, me disseram! A minha desabou um dia, e o despertar da reconstrução ainda não me acordou. Estou adormecida por entre as poeiras deixadas da queda dos meu andares. Estou com medo de tudo cair por terra... a cerca elétrica do meu muro está ativada e meu coração está mais duro que uma pedra. Não está havendo doação.

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