segunda-feira, 3 de maio de 2010

Como uma criança



A mulher ao olhar-se no espelho, retrocede e conversa consigo mesma como se fosse com seu 1º amor:

- O sonho foi tão nítido quanto a forma das minhas mãos! Eu te implorava - como uma criança - pra ficar, pra me perdoar, mas você fingindo ser rude, me gritava sem pudor e me pisava como um nada. Ficava tão triste com tamanha crueldade... eu queria te dar apenas uma coisa, tava aqui dentro do meu coração havia um tempo... todo o meu amor. Foi você quem me ajudou quando mais precisei, era só uma recompensa... não custava ter aceito, quase nada! Você estava mais magro e esbelto, bonito - um encanto -. Não conseguia desgrudar os olhos da sua face e beijar tuas mãos, desejando acolher-me nos teus braços. Estávamos na praia, à noite... lua e estrelas como testemunhas do amor que nunca morre, que suporta distâncias... invisível como o vento, mas dá pra sentir, ah se dá! Nesse outro estágio, você já era outra pessoa e me beijava com saudade, tão intenso quanto as ondas que quebravam à nossa frente. Mas ao achar que você iria aceitar meu presente, você me empurra e me diz um triste 'adeus'. Li nos seus olhos caídos que o coração falava uma língua diferente da razão. "Não me procure mais, também não te procurarei." E o dia amanhace com aquele gosto salgado das lágrimas, da água do mar... água que levou-nos embora, vida e rumos distintos, talvez para sempre!


Mas aí, ela amadureceu, virou mulher e depois disso... tudo passou a ser realidade.

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