terça-feira, 28 de setembro de 2010
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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Night
Ana parou, sentou, pediu mais uma tequila. Dançou, olhou à sua volta... um conjunto de corpos cintilantes, e um espelho a sua esquerda. Ela se olha e toma um susto. Seu semblante era triste, pesado de suas escuridões que nem a luz da boate conseguia iluminar.
- Mais uma dose, por favor!
- Mais uma dose, por favor!
Beijou algumas bocas desconhecidas, sexos indefinidos, alucinógenos na cabeça, ideologia alguma. Ana sentia-se leve e suava com a batida da música que abalava seus pontos de equilíbrio.
Saiu de casa, esqueceu o batom junto com sua timidez lá, guardados no armário. Soltou as amarras, extravazou. Hora de ir embora, algumas horas passadas, corpo cansado, mente carregada, peito vazio.
Porta à fora, um momento nicotinal. Olhar pro seu all star preto virou distração, e foi o que a levou até sua casa.
Deitou-se, sentiu um tremer das mãos, adormeceu em fração de segundos. A manhã se aproximou e o vazio continuou a ponto que nem o café da manhã conseguiu preencher.
Talvez, ela tivesse pensado que pedaços de mundo insanes fariam o que ela não tinha força pra fazer sozinha. Preencher-se, eis a tarefa difícil. Tarefa de todo o dia, não de uma noite. Ela é individual. Ana ainda não tomou consciência...
Talvez, ela tivesse pensado que pedaços de mundo insanes fariam o que ela não tinha força pra fazer sozinha. Preencher-se, eis a tarefa difícil. Tarefa de todo o dia, não de uma noite. Ela é individual. Ana ainda não tomou consciência...
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Há algum tempo atrás
Depoimento de hoje: Solidão? Não, essa não seria a palavra certa, pois solidão é sinônimo de tristeza e o que eu estou sentindo é extrema felicidade interior. Não é aquela felicidade que se busca nos outros, mas sim dentro de si. Um tempo que reservei só pra mim, um tempo bom, de paz. Fez-me conhecer um pouco mais sobre mim e sobre meu valor como pessoa. E acho que todos deveriam dar-se esse tempo em vez de viver na incessante busca da não-solidão ou até mesmo de alguém que só vai te ajudar a abrir mais as feridas do coração. Por que ter medo da própria companhia? Ah se todo mundo soubesse o quanto ela ajuda, pelo menos por um tempo... :)
Publicada em 17/06/09 às 00:20 (fotolog)
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Foi-se
As coisas já foram melhores, mais tranquilas. A chuva batia na janela e eu saía pra experimentar um pouco dela, eu tinha tato, contato. Eu não tinha medo de constatar a água fria que escorria sobre meu rosto. Hoje ela me causa medo, angústia. Um tempo nublado, recheado de nuvens acinzentas não me trás uma boa coisa. Foi-se um tempo bom, sem preocupações, brisa leve, dias intensos, ensolarados ou chuvosos - pra mim tanto fazia. Hoje me encontro em outro mundo, o qual construí com as próprias mãos, fiz outra casa e recriei minha morada nele. Vivo bem, mas aquela singularidade e pureza de antes, foram cobertas por uma poeira gigantesca. As pessoas e o mundo exigem que sejamos assim. Serzinhos manipulados, sozinhos entitulados. Basta ter algo para ser algo. E assim levamos a vida, empurrando com a barriga... a gente agora tem receio do diferente, abomina sentimentos, desacredita em tudo que vê. Um descontentamento e uma sede eterna do que se pode ter, não se pode ser. A fantasia tem mais prioridade do que o óbvio, o que temos na mão. Virou modinha um textinho de escritor famoso, a tal música de hit acelerado e o jeito de se vestir - tem que ser moderno. Estamos nos vestindo por fora e nos despindo por dentro... afogando a essência, exaltando a aparência. Meu mundo é outro, meu 'eu' grita por outra coisa mais densa, menos superficial que isso aí que vemos a toda a hora. Essa marcha única não me encanta. Preciso de mais, do céu, da extensão interna e complexa, a qual vivo todos os dias. Essa luta não para, sinto-me fraca e pouca diante de tanto bombardeio. E mais uma vez, dou um passaporte ao cotidiano.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Cotidiano
Desconecte-se
Não se sente mais, não se toca, não se pega. As relações limitaram-se a uma tela de computador, e os laços agora são virtuais. Era da instantaneidade, tão mais fácil e eficiente, distanciando cada vez mais o ser humano solitário em meio a um milhão de fios conectados. Estamos desconectados... onde foram parar as visitas e as cartas escritas à mão? Em que buraco se escondeu o amor? E assim, as relações continuam na sede insaciável, nos copos descartáveis, no lixo. As pessoas se encantam com uma mesnagem online e acreditam que ter amigos num site de relacionamento vale mais do que ter amigos na vida real. É isso... o que vale mais? Esses fios estão cada vez mais nos distanciando dos sentidos, e aquilo que é mostrado virtualmente, mascaradamete, supera os contatos físicos e impõe barreiras anteriores à uma primeira vista, à um primeiro toque... Queremos beijo, abraço, companhia, mensagens ditas ao pé do ouvido, sinceridade no olhar, sorriso no coração. Chega de tanta babaquice, tanta idiotice... vamos nos encontrar mais, usar mais a caneta, usar mais o coração, vamos usar da nossa carne, do sangue! Procuremos corpos, intensidade, tato! Saiamos um pouco da cadeira de um computador e procuremos pessoas, e não suas imagens...
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