terça-feira, 7 de junho de 2011
Estrela
terça-feira, 19 de abril de 2011
Malabares
Com o tempo você aprende muitas coisas que te empurram para um patamar maduro. Porém, tais coisas dependem de como você vê o mundo e de como se vê frente ao mundo. A forma que se age diante de algumas situações estreitas que nos aparecem é o nosso desafio, e por ser desafio não poderia ser simples. O tempo efêmero nos presenteia com a habilidade e o 'malabarismo' de situações, as quais nos ensinam bastante sobre nossa vida de artista circense. Cara de palhaço? Temos mesmo, mas talvez só a cara... Uma coisa é certa, a gente vai aprendendo a responder só o que é necessário, e a se calar com o fútil, o irrelevante. Engolir palavras, ou soltá-las ao vento é tarefa notificada.
Nos deparamos com quem fala o quer, escuta o que não quer, tirando os que falam o que não deve e escutam o que realmente deve - a verdade fere quando dita. É com esse tipo de gente que estamos a tatear todo santo dia. Mais uma vez o tempo vem e nos mostra que a convivência requer muita prática e cautela, ou nós enlouqueceremos com os palavrões ditos, sem falar nas expressões pejorativas e nos sussurros obscuros.
Nem tudo que se diz por aí é verdadeiro, há diferença entre julgamentos e conselhos, e a análise das fontes é obviedade para quem gosta de 'pratos limpos'. Nesses abismos, ficamos somente com o que vale a pena se escutar, seja lá de quem for. O tempo vai peneirando, e é nesse tal que devemos nos apoiar para continuar.
Ser irredutível a esse 'malabares' é uma dádiva.
Ser irredutível a esse 'malabares' é uma dádiva.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Sem dó, nem ré
Fico somente a me perguntar se o destino há de reservar algo bom, ou se minhas escolhas irão me definir mesmo. Minhas possíveis escolhas me dão medo, me frustram... já o destino me conforta, me acalma. São incógnitas da minha vida cheia de porquês, sem respostas, total nonsense. Estou realmente cansada de me dirigir a um porto, sem seguro, de caminhar por estradas quebradas, de começos sem fins, de caminhos desencontrados. Estou a ponto de provocar acasos, de fazer acontecer o inevitável, de forçar barras. Sou intensa, gosto de fogo, do arder, do coração, da abertura, da re-paginada. Não acerto alvos, me perco nas miras, caço o já caçado, sigo corações amarrados, de pessoas sugadas. Já adoeci, virou febre constante. Queria mesmo era alguém só pra mim, novinho e disposto, pronto pra meu uso e abuso. Por inteiro, corpo inteiro, alma inteira. Sim, é possível. Eu estou assim! É, a situação tá tão escura que eu queria nem que fosse o reciclável, pois aí daria um jeito de reutilizar, refazer, reamar sem dó, nem ré. Em coração não se manda, eu sei. Mas o que custa uma brecha, um espaço contido, uma pontinha de luz? Somente assim é que se conhece o verdadeiro sentido da vida - a construção das coisas, a reconstrução das pessoas. Tudo é um processo, uma linha, uma continuação. O tempo é algo que permite isso, porém seus filhos não se deixam, não se mudam, se proibem das leis arrebatadas. Isso me aborrece, me entristece, me desespera. Sou humana na espera, suplicando por sentimentos à flor da pele, e exigindo defuntos no caixão, ex-amores caindo por terra. Ser novo e se abrir pro novo é nosso desafio, nossa embarcar. Poucos fazem isso, mas todos precisam disso. Vai dar ré como os outros, ou vai remar comigo, baby?
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Não!
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Brasil, terra dos grandes e pequenos |
Precisava vir aqui falar sobre a banalização constante que tenho percebido no mundo internetês. Não é preciso muito arranjo para encontrar trechos de grandes obras de escritores famosos como Clarice Lispector, Cecília Meireles, Carlos Drummond e os mais novos banalizados que são Martha Medeiros e Caio Fernando Abreu. É revoltante ver o quanto esses escritores tiveram sua obra disseminada na velocidade da luz, estampada nos perfis das debutantes desesperadas. São modinhas chatas, refletida pela mente dessa juventude clichê. Seguir a multidão é o que prevalece. A autenticidade passou longe e onde estará perdido o significado da literatura e sua profundidade? Conhecer as obras desses autores é de suma importância, e a partir disso poder espalhar que você é FÃ, que é seguidor fervilhante e leitor proficiente. Entender o verdadeiro sentido dos versos articulados por Clarice somado a complexidade e tradução perfeita de sentimentos por Caio, é estudar o que temos de melhor nesse Brasil, terra de grandes escritores, terra da Literatura Modernista e da Semana da Arte Moderna. Leitura é cultura, é conhecer as raízes e os motivos, e não simplesmente misturar belíssimas frases a perfis de pessoas sem discernimento. Digo NÃO a banalização da Literatura!
domingo, 13 de fevereiro de 2011
O que é?
Já dizia Fernando Pessoa, que ninguém ama ninguém. Particularmente, acho isso ofensivo demais e uma afirmativa forte pra ser cem por cento real. Quem saberá? Penso portanto, que amar seja um enigma constante na vida de todos os seres humanos e no que seria de fato, amar. Se fosse fácil, teríamos uma explicação clara e não as milhões de faces que o amor tem. Pergunto-me se o verbo tão cotidianamente usado/banalizado seria essa coisa tão inalcansável sentida por raros, e me vem respostas como a de Fernando Pessoa. Talvez ninguém ame ninguém. Ama-se mesmo a ideia que fazemos do tal, a fantasia que colocamos em cima do outro que nos satisfaz, e dos desejos retribuídos proveniente de nossas cabecinhas. Será isso mesmo? Por que não se ama tanto na presença, e sim na ausência? Estará nossa ideia longe demais, o que causa dor; ou ela nunca estará completa quando perto?
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
Cansada
Cansada de tudo que começa e não termina. Cansada do que se taxa por 'diferente', estando perdido no meio da multidão, perdido de si mesmo. Cansada de pseudo-estratégias carapuçadas de covardia. Cansada dos dias de inverno sozinha, e olhares de longe. Cansada de gelos e sumiços com direito a voltas cheias de cinzas e cheiro de cemitério. Cansada do que poderia ser e não foi. Cansada da falta de coragem, da falta de abertura, falta de doação. Cansada de palavras na boca, e ações debaixo dos pés. O que quero ninguém entende. Estou falando grego ou sou eu que estou fora do ritmo? Paciência!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
O sol
Girei na roleta meus desejos rapidamente, dentro de poucos dias. Reparei datas, vi que foram tão curtas quanto a minha vontade de descobrir quem sou eu. Não me preocupo tanto em achar a resposta, pois sei que este enigma não tem analista que acerte, nem mudança que defina. Estive mais tranquila... peguei-me olhando pro mar com a tamanha imensidão do mesmo. Parecia câmera lenta, observando cada detalhe daquele azulão profundo, coberto pela sombra das nuvens. Meus pensamentos nadaram como os peixinhos que estão lá dentro... respirei a brisa, retirei a areia do corpo, tomei banho de sal e pulei ondinhas que me bateram com força. Peguei no meu coração como quem pega numa estrela do mar, trazida pela água. Percebi seus eixos e vi que faltava um pedacinho, e era justo ali que mais doía. Voltei pela estrada quente, de longe vi uma miragem... aquele fenômeno da pista molhada e comparei com alguém, com um sentimento. Repeti num só eco: "Você foi como uma miragem... de longe pensei que era verdade, mas quando cheguei perto... não era nada." Minha tristeza não é tão exata, pois mudo, subo e desço tão frequente como o sol de todos os dias. É isso, sou um dublê do sol. Caminhei vagamente até encontrar uma posição legal para assistir o sol se pondo. Pensei na vida, nas pessoas e no fim das coisas que nos cerca. Fim: algo tão óbvio e tão chocante ao mesmo tempo. É difícil aceitar que tudo que principia, um dia tem que acabar... e me refiro a tudo nessa vida. O sol mais uma vez mexe comigo e um pensamento positivo rodeia minha cabeça, raiando meus princípios... No outro dia, sentada na varanda ao som das ondas, o sol veio me avisar que está ali de novo e que o ciclo nunca se acaba, confirmando que para todo fim, um recomeço, uma nova chance de fazer diferente. Respirei aliviada, enxerguei um novo horizonte bem acima do mar e me senti um peixinho a nadar pro fundo, leve e solta.
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