Uma estrela tem seu brilho próprio. Não precisa disputar atenção, nem concorrer com outra que brilhe mais. Ela apenas brilha e é por isso que eu suspiro pelos quatro cantos. Brilho-próprio, luz, bem
personal. Entre outras bilhões de pessoas, quero apenas estar ao lado, brilhando sozinha, sendo eu mesma, refletindo o que eu tenho de melhor, iluminando a vida de alguns, causando sensibilidade à luz aos olhos de outros. Não estou nem aí para o que achem, para os palpites da oposta escuridão. Quero apenas produzir meu brilho único e singular, sem ser olhada de forma ofuscante, afogada no azul marinho do céu. A diferença entre estrelas e pessoas é essa: estrelas convivem harmoniosamente com o brilho das outras, não deixam de brilhar por nada e aparecem mesmo ao meio escuro e infinito. As pessoas se escondem, ofuscam a luz do outro para acender a sua e insistem em aparecer ao dia. É mais fácil seguir constelações, quebrar seus eixos, transformar-se em estrela cadente. Cadente porque passa de forma tão rápida, que torna-se apenas um rastro de luz. Mas de rastros e restos o mundo tá cheio. O que eu preciso é de estrelas que durem, que brilhem por mais tempo, que sejam reais e videntes, que não se passem por estrela-do-mar. Estrela-do-céu sou eu, é você. Basta brilhar propriamente, basta não ser cadente. Sem buracos negros e poeira estelar, sendo um todo brilhante.
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