terça-feira, 27 de julho de 2010

Dependência

Peguei-me pensando sobre a forma como nos relacionamos e a dependência que criamos a partir desses relacionamentos. Vejo que é bem complicado se envolver, sem se apegar até porque não podemos guiar ou simplesmente direcionar nossos desejos e sentimentos em relação ao outro (ao contrário, namoraríamos com uma planta). Porém, percebo que no fim, a dependência (exacerbada) construída não se torna uma boa coisa, somada a outros fatores. "E eu me pergunto se viver não será essa espécie de ciranda de sentimentos que se sucedem e se sucedem e deixam sempre sede no fim." já dizia Caio Fernando. Em um namoro, buscamos jogar tudo quanto é de coisa em cima do outro e quando tudo se esvai, fica aquele vazio (principalmente quando é unilateral). Sinto que a dependência e o medo da solidão nos agarra mais firmemente, do que o sentimento propriamente dito. A convivência gera essa necessidade assídua, que nada é capaz de mudar quando se diz: "Chegou ao fim!". Que dói, dói... é ruim e amargo. Mas, passa! Isso mesmo, passa! Digo pra mim que um relacionamento deve ser visto como uma parte, e não o todo. Sua vida é sua, e não do outro. Que tome conta dela, você! As pessoas são incertas, são caixinhas de surpresas, além de estarem em eterna mutação... E que graça teria alguém que fosse o tempo todo do mesmo jeito? A mudança é mesmo a lei da vida e sem ela não seríamos capazes de experimentar os recomeços, voltas, idas e arremessos que a vida nos apresenta! Nascemos sós, morreremos sós. Nada de papinho que 'é pra sempre' ou 'não sei viver sem ele(a)', o que te resta é aceitar e pronto. Sem escândalos, de preferência. Outros aparecerão na tua vida e isso só implica em paciência. Uma dica vai: relacionamentos devem ser vividos intensamente enquanto durem! E quanto ao sofrimento, ele irá te encontrar em algum momento e nada de querer morrer de amor e se fechar para o mundo. Além do mais, o medo de estar só não quer dizer que você vai conseguir driblá-lo. Chegará sim o momento de você se deparar na solidão, porém, cabe a você enxergar essa solidão como uma peça essencial da construção de sua pessoa. Só com ela, você poderá se conhecer melhor e se amar principalmente! Quem sabe seja isso que esteja te faltando? E de que vale uma vida, sem o amor-prórprio? Ele é nossa base, nossa essência, nosso cru. Esse amor sim, é verdadeiro! Ele nunca vai te abandonar. Cultive-o portanto, continue e lembre-se: "Não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não para para que você o concerte." (Shakespeare)
Bom mesmo será o dia em que conseguirás olhar pra trás e dizer: "Valeu a pena... Estou feliz de novo!" Ah, e pode ter certeza que esse dia chega... só depende de você.

Um comentário:

  1. Como sempre surgem de voce plavras sabias! Que ao mesmo que conforta, nos mostra a realidade... e nada melhor do que viver de verdade não é? Parabens Sil:) Cultive sua abilidade com as palavras. Amo vc! :* [Ízola Ramalho]

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