terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Puro êxtase

Tenho me sentido assim no últimos dias... como se o 'mais' tivesse tomado o lugar do 'menos' sem pedir licença... saiu invadindo espaços pouco antes vazios, sem nem bater na porta. Tenho me visto leve e mergulhada em pensamentos bonitos, de paz. Talvez (com certeza) essa sensação passará e por isso, fico querendo agarrá-la a todo custo, prevendo um futuro incerto, unido ao medo de perder um bem-vindo-tão-querido. É, tenho me pego como há tempos acontecia... sonhando acordada, premeditando palavras, filtrando emoções. Estou mais ou menos como me desejaram um dia, estou novinha de novo e em folha, dentro de um beco sem saída sem querer volta. Êxtase de vida, de pernas pro ar, de dois pés, de duas bocas, de corações e pele. Procuro direção, mas não vejo caminho a não ser uma entrega repentina e feliz, mágica e única. Sem problemas, mas uma enorme solução estampada na minha cara, cheia de sentido e coerência, recusando-me a aceitar pausas e caronas para a 'velocidade máxima permitida'. As palavras tem expelido de mim mais facilmente como faço agora e nego uma revisão, uma correção, uma não-aceitação do que não posso dizer 'não', simplesmente... E como diria o Caio: "Estou contente outra vez!"

Dois poetas assim juntos, é demais pra mim!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sem mais

Escrever, eis meu hábito e necessidade constante. Minhas letras, expressões e emoções traduzidas em teclado, mente e momento me trazem a um lugar sinuoso, repleto de pensamentos vastos e pequenos. São nesses momentos que eu me transporto pra dentro de mim mesma, vasculhando o que há de mais extremista internamente- percebo que os extremos tomam conta de mim, me compõem em corpo, cabelo e cara e vejo o quão são súbitos e sábios. Mas gosto mesmo é dessa força revitalizadora que habita aqui, sempre me impulsionando pra degraus mais altos, além de ver o meu papel de mulher sendo construído e recheado a cada dia que se conclui. É como houvesse uma soma de menina+adolescente+mulher por partes em um mesmo ser por inteiro, eu. Sim, tenho muito tempo ainda pra aprender, cair, levantar, fraquejar e fortalecer nas minhas penumbras e claridades constantes. Nesse mesmo instante, penso que a vida nos carrega até  onde queremos, sem mais nem menos, e me coloco hoje no lugar onde lutei pra chegar - eterna luta-glória. Uma glória alcançada com arranhões, motivo da desistência de muitos no caminho, que preferem o comodismo de ser infeliz somado a preguiça de sair correndo pra um lugar no sol. Esse lugar tão desejado e pouco alcançado não é permanente, diga-se de passagem, pois a luta não termina no topo, mas continua nos trancos e barrancos que a vida cotidianamente nos dá. Quem sabe seja essa montanha-russa da vida que causa náuseas àqueles que insistem num ponto-final-feliz, e não vírgulas, reticências... Enfeitar dia após dia é uma tarefa árdua e nem todos tem coragem de se comprometer. Eu me comprometi.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

- 2010 -

2010 pra mim, foi mais ou menos como eu esperava há exatamente um ano. Claro, que todo o planejado não foi concretizado, afinal nada nunca sai 'perfeitinho'. Faltando alguns poucos dias para acabar esse ano - que passou tão rápido - estou aqui para dizer o quanto que ele significou pra mim. Muitas coisas importantes me aconteceram, começando pela vitória de ter passado nas duas universidades públicas, e principalmente por ter iniciado minha vidinha de universitária tão cedo. Com 17 anos, aprendi milhões de coisas, e em dezesseis de outubro pude completar 18 primaveras alegremente. 2010 foi pra mim um ano de descobertas fantásticas, solidificação de opiniões, mudanças internas. Conheci pessoas maravilhosas, frequentei lugares ditos 'tenebrosos', espacei meu repertório musical (descobri que a música é parte do meu corpo), abri sorrisos só quando tive vontade, quebrei a cabeça sem motivo, não agradei a todos e nem quis. Tive momentos inesquecíveis com pessoas ímpares, chorei menos, amadureci mais. Estudei muito e pouco também, aperfeiçoei minha paixão por livros e por escrever - fiz da Literatura mais um pedaço de mim - saí de um mundinho fechado para o 'marzão' da vida. Substituí horas de festa, por horas de estar comigo - valeu a pena a troca! Me decepcionei, perdoei, fui perdoada, me desliguei de uns, me liguei em outros. Me apaixonei, desapaixonei, tive até um amorzinho platônico, e agora estou saboreando algo mais real, que me desejaram um dia. Tive surpresas, desacreditei, ocupei e desocupei lugares... distribuí os merececimentos aos respectivos donos. Ajudei a quem precisava, mas também precisei de colo, fui ouvinte e falei um bocado, me tornei indispensável para alguém e vice-versa. Sonhei, fui até as nuvens, caí no chão, acordei assustada e depois pensei: "que besteira!". Coloquei um piercing, andei por fora e dentro da moda, continuei a não gostar de comprar o que todos estão comprando, condenei a massificação das pessoas, pela solidão cada vez mais presente nas mesmas. Viajei sozinha, com os amigos, fui testemunha de lugares banhados pela natureza e mergulhados na história e cultura de um povo e comparei a minha pequenez diante da imensidão do mundo. Valorizei mais os momentos com a família, abracei com mais força os poucos amigos que tenho, tive medo de perder os que amo. Fortaleci minha felicidade, busquei paz interior, me perdi, me achei, encontrei quem não ousava encontrar... Agora, já estou aqui cheia de novos planos para o 2011 que se aproxima. O cheirinho de coisa fresca já me passa por perto e o meu desejo se faz numa continuação repleta de novos sabores. Feliz Ano Novo a mim e a todos...

sábado, 11 de dezembro de 2010

À minha frente

Talvez a necessidade assídua de se agarrar ao que chamo de 'fantasia' alimente minha alma, meu corpo. Acredito que sempre há de existir algo além do céu, que me faça viver, que me impulsione na estrada. Ouvi o poeta Fagner dizer: "Nem aquilo a que me entrego já me traz contentamento (...)": um ponto estapafúrdio, um louco a atirar-se do abismo. A tarefa de estar viva, carrega-me nas costas sonhos e alicerces, mesmo sendo alguns perdidos nas entrelinhas. Penso que quando não há algo para se contentar, se contemplar... não há vida e jamais quero morrer, vivendo! Vou fantasiar sem escapar pela tangente e adorarei de mãos juntas e vela, cada pedaço de tempo que me é dado. Tenho o futuro como presente, o embrulho como passado e estou a desatar o laço dessa caixinha de surpresa, enfeitada por fita colorida.
Eis o meu desafio... me entregar ao que me contenta, mesmo que essa 'entrega' seja provisória.