terça-feira, 27 de abril de 2010
Extremos, meus...
Paro às vezes e penso ou vivo - não dá pra dissociar - numa solidão preenchida por vazios, sem sentido ou conexão com o terreno, o concreto, o palpável. Transporto-me em um ser humano frágil e minúsculo diante da vida, do mundo e olho estrelas buscando um significado para eu estar aqui, mesmo que só [por enquanto]. Puxo por um cordão do céu, o imaginário ou ilusório, e os trago para a realidade [choque dos extremos]. Não obtenho respostas claras, pois minha mente viaja como um avião sobre mares desconhecidos e imensos, numa tão rapidez, que sobrevoa apenas homogeneidade das águas... Águas essas que rolam pelo meu rosto, que molham todo o meu caminho, todo o meu concreto... ora fortes, ora calmas e sempre me trazendo algo novo, - em forma de ondas, quebrando -. Mas "tenho fases como a lua", já havia dito a Cecília Meireles. Relaciono então, tais espaços [da solidão intocável]: o mundo, as estrelas, o céu, o mar, a lua e desejo ter a mesma ligação destes, tão longes e incalculáveis, porém permanentemente conectados. Careço tanto da volta à essência, do meu ser abstrato [como a natureza perfeita], obtendo distância do material, quilômetros das ideologias impostas, me encontrando no princípio - compreender meus meios e fins -, e conhecendo minhas 'iterligações emocionais'. É uma série de sentimentos [confusos] que dentro da mesma 'água', me transportam de baixo, para o ápice - flutuando -, elevando minha auto-estima e não mais me subornando a uma simples menininha, miúda ao assistir o mar da vida [salto dos extremos]. A solidão que me apedreja, é a mesma que me beija, e que em algum momento, faz-me enxergar como imagem e semelhança em prioridade, não mais buscando companhias pelo medo da colisão entre eu e eu [são apenas "procuras inúteis e sedes afetivas insaciáveis", como diria o Caio Fernando]. Só assim, funciono em ciclos viciosos... essa solidão que me pega e me larga quando quer e eu repetidamente, desconectando-me e reencontrando-me.
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